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Foto: Nina Pesce |
Se imagine com 8 anos, na década de 50, quando os grandes ícones significativos para a sociedade passaram a ser criados na mídia de massa, a principio nas rádios, e logo após no cinema, e na televisão colorida, no mundo inteiro. Assim, formaram de vez a imagem do mocinho, e do vilão, com todos os seus aspectos particulares, em cores, voz,e no caso do cinema western, montados a cavalos, com pistolas e revolveres nas mãos, desprovidos do receio, transbordando adrenalina e ação para além do telão. Olhando por esse ângulo é possível compreender o que qualquer pessoa sentia quando via tudo aquilo.
“Em Piracicaba, os filmes chegavam com certo atraso, mas pra mim, tudo se assemelhava”, Piracicaba realmente era o interior do Brasil naquela época, a cana de açúcar super em alta. “Meu pai andava a cavalo pela cidade, tinha uma charrete, eu trabalhava no campo”, sair do cinema e brincar de bandido e mocinho com arminhas de brinquedo seria inevitável, depois de uma sessão, “trabalhei desde pequeno para ajudar minha família, mas quase nunca tinha dinheiro para entrar no cinema, vendia balas, pirulito, gibi, o que fosse possível vender em frente ao Broadway, ou em frente do Cine São José, os dois únicos cinemas de Piracicaba na época, tudo para poder assistir a uma matine”.
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Foto: Nina Pesce |
O tempo foi passando, e ele conquistou a profissão de Farmacêutico, e o dinheiro melhorou, pode passar a acompanhar mais os cinemas, e pode começar a comprar as revistas Cinemin, onde encontrou tudo o que lhe faltava, para compreender mais sobre os tais filmes do velho oeste, que tanto lhe empolgavam.
“Só depois de crescido pude saber das curiosidades e dos detalhes mais a fundo, de todos os filmes que já havia assistido quando criança, através dos magazines, e encontros com outros admiradores do cinema western”. Nestas revistas, era possível encontrar informações até mesmo sobre os bandidos do século XIX, que foram eternizados pelo cinema, como Billy The Kid, Jesse James, Jane Calamidade, e estes magazines divulgavam informações importantíssimas, até muito curiosas: “O pistoleiro mais famoso, Billy The Kid,que tinha como verdadeiro nome Willian
Bonney, foi condenado a morrer na forca, mas em 28 de abril de 1881 fugiu da prisão, 2 meses depois da fuga, novamente foi capturado, e foi morto em 14 de junho 1881, no Novo México, pelas mãos do Xerife Pat Garret”. Billy tinha 21 anos quando morreu, e matou 21 homens, sem contar com índios e mexicanos, um alto índice para a época.
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Foto: Nina Pesce |
Pedi para que ele me dissesse um ou dois artistas ou personagens preferidos da época, e porque não,especiais para ele até hoje, e ele logo me ditou: Charles Starret, interpretando Durango Kid em “O famoso Durango kid- Cavaleiro de druango” de 1940, e Johnny Mack Brown, interpretando Kid Carson, em um seriado de 15 capítulos, chamado “Sacrifico Glorioso” de 1933.
Todo este universo era composto por muita coisa, muita gente, muita arte, de bandidos reais, a policias e heróis de guerra, também reais, a músicos e compositores famosos da época, como Gene Autry, Smiley Burnette e Elvis Presley.
” Um comediante que se chamava Smiley Burnette, tocava todos os instrumentos, e era bom cantor, precisava ver rapaz”. Gene Autry também era excelente músico, começou sua fama nas rádios, e depois fez seu primeiro filme, chamado “O Cowboy Cantor” na década de 30, o que lhe rendeu muito reconhecimento na época, Elvis Presley que já estava na melhor maré que qualquer músico da época gostaria de estar, apenas aproveitou um pouco para alcançar mais destaque, além dos topos da parada das rádios, também as bilheterias dos cinemas, alguns dos filmes em que ele protagonizou, foram: Ama-me com ternura, Charro, e Estrela de fogo,neste filme,em especial, ele interpreta um índio.
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Foto: Nina Pesce |
Lucas Jacinto
Muito legal
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