sábado, 2 de junho de 2012

20ª Edição do Salão de Humor Universitário

20 ANOS DE INTELECTUALIDADE E HUMOR.                                


Abertura do evento contou com a presença de vários artistas e universitários.

Nesta ultima sexta-feira, dia 1 de junho, ocorreu a abertura da 20º edição do Salão de Humor Universitário da Unimep. O evento se iniciou na Sala Vermelha, do Campus Taquaral as 19:30h. 
Camilo Riani, organizador do evento há 20 anos, convidou cinco artistas consagrados para participar da mesa, Zé Lima, Jean Galvão, Batistão, Spacca eThiago Hoisel,  que juntos relembraram os trabalhos e fatos marcantes de toda a trajetória do salão, os cinco artistas também fazem parte do grupo que selecionou as obras premiadas. Todos eles tiveram algumas de suas obras exibidas no telão para todos os presentes na sala, e com muita simpatia, comentaram os trabalhos, desde técnicas até sobre o que os influenciou na realização dos mesmos. Com muita objetividade e clareza, responderam diversas perguntas feitas pelos alunos dos cursos de Jornalismo, Designe e Publicidade e Propaganda, gerando um debate que proporcionou muitos relatos e informações interessantes.

Jean Galvão afirmou que o chargista depende muito da informação que o veículo leva ao público, e completando, Spacca disse que não é possível realizar trabalhos sobre fatos futuros, assim como o jornal também não pode divulgar informações incertas, afirmou também que uma das coisas que o fez optar por fazer reescrita de livros com ilustrações, foi o fato de que os cartuns, charges e ilustrações que costumamos ver em jornais e revistas tendem a envelhecer, e talvez perder o sentido, apesar de marcar época. Entre uma pergunta e outra, surgiu também o assunto que relaciona a arte gráfica com a tecnologia e a internet, e qual era a nova percepção dos ilustradores que se consagraram em jornais impressos de grande circulação, e a conclusão por parte Thiago Hoisel, o mais jovem artista que compunha a mesa, foi unânime. Thiago afirmou que, por ter iniciado sua carreira no momento em que a internet começara a fazer parte do cotidiano das pessoas, ele não sentiu muito o impacto desta mudança, mas que para qualquer artista ou profissional que trabalhe com comunicação visual, é importantíssimo priorizar o conhecimento em diversas áreas, como animação, cinema, e buscar aprender um pouco sobre os vários programas de computação gráfica, pois a forma de vender os trabalhos de arte gráfica  mudaram muito com o avanço da internet, a concorrência é muito maior.

Para finalizar o debate na Sala Vermelha, Camilo Riani finalmente pronunciou os nomes dos premiados. Nas premiações temáticas Meio Ambiente e Faculdade de Comunicação, foram premiados respectivamente Bruno Ortiz da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e Bruno Lanza, da Universidade Federal de Minas Gerais. Os premiados como Destaques do Salão foram Fabrício Garcia da Universidade Federal de Santa Catarina, Roberto J. Costa da Universidade Federal do Piauí e Marcelo Miller da Unip.
Instantes depois das premiações, todos se reuniram no Átrio do Centro Cultural e de Convivência, onde se encontravam todas as obras e o coquetel de abertura. Estavam presentes inclusive todos os artistas que compunham o júri de seleção dos 100 melhores trabalhos, e os artistas que compunham o júri de premiação.

Com tanta simpatia, e muito bom humor, ficava difícil diferenciar os artistas dos alunos que contemplavam as obras expostas, juntos, sem diferenciações.

Aproveitando a chance, pude fazer perguntas diretas ao Ilustrador Baptistão. Questionado sobre as novas formas de trabalhar com arte gráfica, graças as novas possibilidades que a tecnologia tem proporcionado, ele disse que a forma tradicional, de papel, lápis e caneta nunca irá desaparecer, porque a arte feita a mão é a raiz de tudo, e é impossível aprender a desenhar no computador. "Qualquer criança de 4, ou 5 anos pode começar a demonstrar talento para desenho, mas ela aprende na escolinha com lápis de cor e papel”, disse Baptistão.  Respondeu também, sobre as chances de materiais como “Revista Bundas”  e “Pasquim” voltarem a ser produzidos, ou sobre a chance de surgir novos trabalhos independentes de partidarismo ou interesse comercial, com segmento de crítica social e política, “Acho muito difícil esse tipo de trabalho voltar a ser realizado, porque na época em que eles circulavam, as charges, os textos, as caricaturas divulgadas nestes materiais, eram todas como uma válvula de escape para os artistas, e para a sociedade, eles mostravam nestes materiais os conteúdos que não podiam publicar nas jornais e revistas em que trabalhavam na época, por conta da censura e forte repressão por parte dos políticos ”. Baptistão também comentou que, os concursos de desenho são uma boa forma do artista gráfico por seu trabalho em dia, e inovar cada vez mais, podendo marcar seu nome na historia da arte atual, e no caso de receber premiações, poder ter um release melhor para vender seu trabalho, pois segundo ele, concorrência é muito grande, e poucos artistas se firmam como ilustradores fixos nos veículos, devido a existência de muitos profissionais que trabalham como freelancer.

Foto: Giovana Angelo - 3º Semestre de Fotografia da Unimep
Foto: Giovana Angelo - 3º Semestre de Fotografia ( Unimep)
A exposição dos desenhos vencedores e selecionados do 20º Salão de Humor Universitário da Unimep, que é gratuita, estará montada até o início do mês de agosto, e aberta para o todo o público, alunos e não alunos. 




Lucas Jacinto